Propor a alguém realizar um auto-retrato é um convite a demorar-se sobre uma realidade identitária que foge a cada minuto, diante da qual custa permanecer muito.
Obriga-nos à confrontação e à exteriorização de uma auto-imagem e igualmente à construção de uma representação que enuncie alguma característica pessoal.
Obriga-nos à confrontação e à exteriorização de uma auto-imagem e igualmente à construção de uma representação que enuncie alguma característica pessoal.
Cabe a nós, assim, dar qualquer coisa de nós próprios, visto que seria impossível fornecer uma imagem acabada, total da nossa individualidade.
Se ampliarmos uma imagem fotográfica até ao máximo limite possível, esta ficará formada por milhares de pontos. O ponto é, assim, o elemento básico não só do desenho e da pintura, mas também da fotografia.
Propomos o seguinte exercício:
1 - Realiza um registo fotográfico de ti próprio, no qual expresses algo que te seja característico, intrínseco.
2 - Imprime a tua imagem a preto e branco e, com o recurso a um papel vegetal, cobrindo a fotografia, preenche as áreas de manchas negras e intermédias da foto com pontos mais ou menos afastados, consoante a concentração da mancha. Utiliza uma caneta preta graduada ou de acetato.