quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Natureza morta utilizando o Pontilhismo de Georges Seurat

Conforme já foi abordado anteriormente, Georges Seurat, influenciado pelas primeiras descobertas acerca da teoria das cores, experimentou realizar as suas obras representando as cores através duma mistura de pontos multicolores. Como exemplo, a cor laranja era representada por uma mistura de pontos magenta e amarelo. O resultado desta mistura de pontos coloridos se efectua ao nível do cérebro e da visão, que percepcionam a cor final pretendida.

Seurat tencionava assim, captar a maior luminosidade possível da cena, sabendo que, se a mistura das tintas fosse realizada directamente na paleta, grande parte da luminosidade se perderia.
Isto vem a propósito da mistura subtractiva e que se refere à cor pigmento. Nesta síntese cromática, quanto mais se adicionam diferentes tintas, mais se vai perdendo cor e luz, tendendo-se no extremo ao negro, que é precisamente a ausência de cor e de luz. Recomendamos a pesquisa mais aprofundada destas informações na nossa área reservada ao estudo da cor.

Designa-se por “natureza morta” o género de pintura através da qual se representam essencialmente seres inanimados, tais como frutas, flores, livros e outros objectos.
Este género de pintura tem raízes na Antiguidade Clássica, e era empregado em pinturas murais, denominadas “frescos”, como o exemplo mostrado abaixo, proveniente da cidade romana de Herculano e datado de 50 d.C.
Posteriormente, em diversas épocas, muitos artistas dedicaram-se a este género de pintura, exibindo nas suas obras belos vasos cheios de vinho, frutas apetitosas ou iguarias dispostas em requintadas porcelanas.
O pintor francês Paul Cézanne (1839-1906) realizou muitas naturezas-mortas, explorando motivos estáticos que lhe serviram para aprofundar estudos de cor, modelação, profundidade, volume.

Maçãs, pêssegos e peras
1879-80
Museu Ermitage
S. Petersburgo


Propomos que, a partir da imagem fotográfica abaixo, realizes uma composição visual através das seguintes etapas:
1. Reproduz as linhas de contorno do prato e das frutas com lápis HB;
2. Identifica, também a lápis, as diversas manchas de cor existentes na imagem;
3. Reproduz estas manchas de cor, utilizando canetas de feltro coloridas, e explorando os princípios enunciados por Georges Seurat.


quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Auto-retrato fotográfico e posterior tratamento do mesmo através da técnica do Pontilhismo















Propor a alguém realizar um auto-retrato é um convite a demorar-se sobre uma realidade identitária que foge a cada minuto, diante da qual custa permanecer muito.
Obriga-nos à confrontação e à exteriorização de uma auto-imagem e igualmente à construção de uma representação que enuncie alguma característica pessoal.
Cabe a nós, assim, dar qualquer coisa de nós próprios, visto que seria impossível fornecer uma imagem acabada, total da nossa individualidade.

Se ampliarmos uma imagem fotográfica até ao máximo limite possível, esta ficará formada por milhares de pontos. O ponto é, assim, o elemento básico não só do desenho e da pintura, mas também da fotografia.

Propomos o seguinte exercício:
1 - Realiza um registo fotográfico de ti próprio, no qual expresses algo que te seja característico, intrínseco.
2 - Imprime a tua imagem a preto e branco e, com o recurso a um papel vegetal, cobrindo a fotografia, preenche as áreas de manchas negras e intermédias da foto com pontos mais ou menos afastados, consoante a concentração da mancha. Utiliza uma caneta preta graduada ou de acetato.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Os pintores pertencentes à corrente artística do século XIX, denominada Impressionismo, descobriram que, se olharmos a natureza ao ar livre, não vemos objectos individuais, cada um com a sua cor própria, mas sim uma brilhante mistura de matizes que se combinam nos nossos olhos ou, melhor dizendo, na nossa mente. Para representar as cenas que observavam ao ar livre, os impressionistas utilizavam sobretudo pontos e pequenas manchas de cor.
O título Impressionista surgiu do seguinte modo: havia uma tela do pintor Claude Monet (1840-1926), exposta em 1874, que era descrita no catálogo como “Impressão: nascer do sol”. Era a pintura de um porto visto através da neblina matinal. Um dos críticos achou esse título particularmente ridículo e referiu-se a todo o grupo de artistas como “os impressionistas”. Quis significar com isso que eles não trabalhavam com base num sólido conhecimento e achavam que a impressão fugaz de um momento era suficiente para chamarem aos seus quadros pinturas. O rótulo pegou e, algum tempo depois, o próprio grupo aceitou o nome de impressionistas, e como tal passou a ser conhecido até hoje.